Acampando em família

Desde criança eu sonhava em acampar. Então, comprei uma barraca para a família e, numa bela manhã, olhei pro Sergio e falei: vamos acampar hoje! Essas viagens não planejadas são sempre as melhores. Ajeitamos tudo de manhã, escolhemos o lugar e seja o que Deus quiser!

Até porque, se a gente parar para pensar em cada dificuldade, a gente nem vive, não é mesmo? “Ah, mas o Estêvão não é muito pequenininho, não é melhor deixar ele crescer primeiro?” Já pensou se eu tivesse essa mentalidade quando o Dante nasceu? Cresceu o Dante, veio o Tomás. Cresceu o Tomás, veio o Estêvão. Estevão crescendo, sabe Deus quando entrará o próximo bebê na fila. O negócio é a gente curtir as coisas boas da vida junto com os filhos. Isso é possível, quando nos atentamos à segurança deles, e nos desapegamos de normas excessivas de conforto.

Meu plano nesse texto é relatar um pouco de como foi nossa primeira experiência de acampamento em família (afinal foi muito legal e quero manter essa memória gravada), além de ajudar com dicas para as famílias que estão planejando passar por essa experiência com os filhos. É bom dar uma variada no tema, não é mesmo? Afinal a gestação e o parto são apenas o início dessa aventura louca que é a maternidade e a família – aventura que pode ser muito divertida.

Sobre o lugar

Eu e o Sergio queríamos encontrar um camping que fosse seguro e tivesse uma infraestrutura boa para ficarmos com as crianças – nada luxuoso, que tivesse o básico: banheiros e uma cozinha comunitária. Também queríamos um lugar que fosse bem natureza – nada de piscinas, quadras etc (pra isso bastar eu ir ao clube perto de casa). Encontramos o Recanto do Saltinho lá em Tijucas do Sul, uma cidade pequenininha a 1 hora e meia de Curitiba.

Gente, aquele lugar é maravilhoso. Tem uma baita cachoeira, um baita rio, um baita lago… Tem trilha, um bosque… Dá pra pescar no rio e tomar banho no lago. O lugar para montar as barracas é muito bom, tem quiosques onde fizemos um churrasquinho e acendemos fogueira.

Mas o que o Sergio mais gostou foi do céu à noite. Totalmente diferente do céu aqui da cidade, tão pobre de estrelas. O céu de lá pipocava de luzes, e pudemos ver até a mítica Via Láctea, que nós, habitantes da cidade, apenas ouvimos falar nos livros. Foi muito bom poder contemplar o céu com as crianças, à noite. Contamos histórias observando o luar.

O que me surpreendeu foi a variação térmica do lugar. Estava um dia realmente quente, mas quando a noite chegou… a temperatura caiu muito. Foi uma surpresa para nós.

Sobre a barraca

Quem conhece uma pouco mais a nossa família sabe que sou a rainha da economia. Quando preciso de algo e encontro o item bem baratinho, eu super me empolgo na compra. Foi assim com a nossa barraca kkk comprei uma barraca para 4 pessoas da Mor (este modelo aqui). É o mais em conta do mercado. Eu pensei: ah, vai servir bem pra nós! Pois então, não foi bem assim…

A questão com esse modelo de barraca é que ele tem uma cobertura única, simples. Outras barracas tem cobertura dupla. Eu pensei: “não vou acampar na chuva, vou sempre escolher um tempo seco, então não haverá problema”. Ok, mas quando caiu a noite… de fato, não choveu. Mas a umidade que veio com a noite era tanta, mas tanta, que a grama ficou encharcada. Essa umidade toda se depositou na nossa cobertura única da barraca, deixando ela ensopada e fria. Foi uma surpresa. Isso não teria acontecido se houvesse duas coberturas: apenas a superior ficaria molhada.

Tem problemas que a gente só descobre na hora, não tem jeito. Como eu tenho meus dotes de costura, graças a Deus, planejo concertar esse problema costurando um toldo, uma cobertura superior para a nossa barraca. Creio que tudo ficará resolvido. Mas, se você está planejando comprar uma barraca para a família, fica o conselho: para não se incomodar, compre logo uma boa barraca, de cobertura dupla e que aguente chuvas. Às vezes o barato sai caro rs.

Sobre as coisas que levamos

Nós compramos um colchão inflável de casal, que cabe um adulto e duas crianças. Ficou decidido que um de nós dormiria no chão, em saco de dormir. Pois não é que foi muito dureza dormir direto no chão, naquela noite fria? Então para o próxima pretendemos comprar mais um colchão inflável, de solteiro. Colchão inflável é vida, gente.

Sobre as roupas… as crianças levaram pijamas quentinhos, o que as protegeu do frio. Já eu e o Sergio fomos um pouco negligentes com roupas para nós (acabei preparando tudo pras crianças e esquecendo da gente) e passamos bastante frio a noite. Não esperávamos tanto frio, visto que o dia tinha sido tão quente, acredito que se deva, em parte, à umidade da barraca e à sua cobertura simples. Mas serviu para aprendizado, da próxima vez levaremos, além do pijama quentinho, toucas e luvas para a noite ser mais aconchegante.

No mais, levamos apenas um cobertor. Da próxima vez levaremos mais, melhor sobrar do que faltar.

Repelente não pode faltar, nos manteve protegidos dos mosquitos. Deixar a barraca sempre fechada foi outra coisa que ajudou. As crianças voltaram sem uma única picada.

Sobre as comidinhas

Comida de acampamento é coisa simples.

Levamos muitas frutas, bolachinhas, bolinhos… Essas coisas para lanche são muito fáceis.

Na janta e no almoço, preparamos miojo com um churrasquinho, com carnes que levei na mochila térmica.

Sobre acampar com um bebê

Não houve qualquer dificuldade na lida com o Estêvão durante o acampamento. Foi muito tranquilo levá-lo, e ele aproveitou muito: engatinhou na grama, molhou os pezinhos no lago. De noite, dormiu enroladinho comigo.

Até ia levar uma papinha para o bebê, mas quem me conhece sabe que, na introdução alimentar dos meus filhos, sou bem despojada: eles comem logo a comida da nossa família. Então Estêvão ficou a base de leite materno, frutas nos lanches e carninha no almoço e janta.

Levei fraldas e trocas de roupas suficientes, e ficamos sossegados. De manhã, que amanheceu muito fria, olha só como ele estava:

À tarde voltou a fazer calor, e ele pôde aproveitar bem. Brincou com os irmãos, foi levado na caminhada conosco, teve um dia feliz de bebê.

Sobre o que fizemos lá

Levamos nossa vara de pesca, e tentamos pescar no lago. Usei de isca pedacinhos de linguiça. Toda hora tinha um peixinho que mordiscava. Esse peixinho foi mais esperto que nós, levou toda nossa isca e nos deixou a ver navios. Mas tudo bem, foi divertida a expectativa da pesca.

Os meninos puderam brincar na prainha à beira do lago. A água estava muito fria, mas mesmo assim, eles gostaram de molhar os pés e desenhar na areia.

Domingo de manhã, fomos até a missa na igreja da praça central de Tijucas do Sul, e conhecemos um pouquinho da cidade. É uma cidade pequena e formosa.

Pudemos contemplar a cachoeira maravilhosa que há na propriedade. O lugar é realmente lindo.

Em resumo, foi um passeio maravilhoso, os meninos adoraram. Para as próximas vezes, esperamos corrigir as dificuldade que passamos, mas que não nos impediram de ter uma ótima viagem em família.

Esse é o tipo de memória afetiva que eu desejo que meus filhos guardem da infância: que eles saibam que é bom estarmos juntos, fazendo coisas boas, conhecendo lugares diferentes. É bom estar em família.

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